Objectivos da ONU para o Milénio "não podem ser modificados"

por Agência Lusa
16.07. 2010

O secretário geral da ONU afirmou hoje que os objetivos de desenvolvimento para o Milénio, que visam prioritariamente a redução da pobreza extrema até 2015 para níveis do início do século, "não podem ser modificados".


Durante uma reunião em Madrid do grupo de contacto encarregado de estimular os esforços para atingir os objetivos de desenvolvimento para o Milénio, Ban Ki-moon defendeu que, numa altura em que o mundo é assolado por uma crise financeira global, "este é o momento de agir" em prol desses objetivos.

O secretário geral das Nações Unidas lembrou que se trata de "lutar contra a fome e a pobreza no mundo".
No final de junho, os dirigentes do G8 (grupo das oito nações mais ricas do mundo) concluíram que a crise mundial havia "comprometido alguns dos objetivos" traçados em 2000.

Ban Ki-moon revelou que para discutir o tema, em setembro, na sede das Nações Unidas, Nova Iorque, "150 chefes de Estado já confirmaram a presença".

O presidente do Ruanda, Paul Kagame, co-presidente do grupo de contacto e cuja vinda a Madrid suscitou críticas porque 40 militares do seu regime são apontados em Espanha como suspeitos de "genocídio", sublinhou a necessidade de se "investir no capital humano" para se alcançar os objetivos de desenvolvimento para o Milénio.

Kagame realçou o progresso alcançado em domínios como o da luta contra o paludismo, a educação primária e os direitos das mulheres.
Reconheceu, contudo, que muitos dos objetivos de desenvolvimento estão "ainda longe" de ser alcançados.

O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, Miguel Angel Moratinos, sublinhou o "impacto da crise económica actual" sobre tais objetivos, observando que a Espanha atribuiu prioridade na "redução do défict e na consolidação das suas contas públicas".
Porém, reiterou a intenção do governo espanhol em prosseguir os objetivos de desenvolvimento.
Entre os participantes na reunião estiveram o ator António Banderas, embaixador da Boa Vontade para a ONU, o ex-presidente do Chile Michele Bachelet e o antigo ministro francês Philippe Douste-Blazy e o economista norte-americano Jeffrey Sachs.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
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