Espanha

Zapatero completa dez anos na liderança socialista

por Sara Sanz Pinto
23.07.2010

O socialismo espanhol vive a maior crise de sempre. Oposição insiste em eleições antecipadas
A 22 de julho de 2000, José Luis Rodríguez Zapatero era eleito secretário-geral do PSOE. O então jovem desconhecido deputado da província de Leão proclamava lealdade às raízes e ao passado do PSOE e defendia um partido "ágil, dinâmico e moderno".


Dez anos mais tarde, o socialismo vive em Espanha a pior crise de sempre. Após um curto período de bonança, favorecido pelo dinamismo da economia espanhola, não faltaram sobressaltos à liderança de Zapatero. Em novembro de 2002, o derrame de petróleo do Prestige, na costa galega, foi motivo de confrontos com o PP.

Mas foi quase um ano depois que Zapatero protagonizou uma das suas actuações mais polémicas. Durante o desfile do Dia da Hispanidade, o presidente do governo espanhol permaneceu sentado enquanto a bandeira norte-americana passava em protesto contra a guerra do Iraque.

Outro episódio de grande intensidade foram as negociações com a ETA, entre março de 2006 e junho de 2007, que acabaram por fracassar. A organização separatista basca não parou com os atentados e o governo deu como "liquidada e acabada" a tentativa de entendimento.

No décimo aniversário da liderança socialista, Zapatero lida com os níveis mais baixos de popularidade de sempre, em grande parte devido à crise económica que atirou para 4 milhões o número de desempregados. Igualmente polémica é a reforma do sistema de pensões e o aumento da idade de aposentação de 65 para 67 anos.

Nos últimos dias, Zapatero tem sido alvo de grande pressão da oposição, que pediu, na quarta-feira, eleições antecipadas. "Penso, sinceramente, que o senhor não está em condições de governar" e "o melhor serviço que pode prestar ao país para acabar com este calvário é dissolver o parlamento e convocar eleições", disse Mariano Rajoy durante o debate sobre o estado da nação. "O seu tempo acabou e você sabe-o", acrescentou.
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