HQ
O mundo precisa de um super-herói? Talvez quatro ainda não cheguem

por Luís Leal Miranda
05.08.2010


Frank Miller deixa Batman para trás e cria The Fixer, um super-herói para combater a Al Qaeda. Entretanto Stan Lee desvendou mais três heróis

Era para se chamar "Holly Terror, Batman", mas o novo livro de Frank Miller (autor de "300", "Sin City", entre outros) perdeu o protagonista, cidade-cenário, editora e um terço do nome. "Holly Terror" tem publicação prevista para 2011 mas sem o homem-morcego ou Gotham City.

Miller larga por decisão própria um dos melhores personagens e franchises dos comics norte-americanos. Em compensação cria um super-herói novo: The Fixer, um justiceiro mascarado que vai lutar contra a Al Qaeda na imaginada Empire City - lugar muito semelhante a Nova Iorque.

"Começou como uma reacção ao 11 de Setembro", contou Miller ao Los Angeles Times

.O novo herói é descrito pelo autor de banda desenhada como uma espécie de Dirty Harry que, ao contrário de Batman, "não é uma alma torturada mas sim uma criatura bem ajustada à sociedade". Um indivíduo sociável, treinado pelo exército norte-americano que ao longo do livro mata 100 pessoas.

Sobre a escolha do vilão, a organização terrorista responsável pelos ataques de 11 de Setembro de 2001, Frank Miller explica: "Andar atrás de tipos como o Enigma numa altura em que há tanta maldade por aí pareceu-me imbecil".

Super-heróis e conflitos armados andam de mãos dadas, a passear-se algures entre a ficção e a realidade. Nos anos 40, Capitão América e Superhomem foram a resposta da cultura norte-americana à Segunda Guerra Mundial. The Fixer é a resposta de Miller ao 11 de Setembro, mas não é o único super-herói a sair dos escombros das Torres Gémeas.

O baú de Stan Lee
Parece-se mais com uma daquelas cartolas sem fundo dos mágicos. O criador de Hulk, X-Men, Iron Man e Homem-Aranha, entre outros, anunciou no final de julho a criação de três novos super-heróis. Soldier Zero, Starborn e The Traveller, um detentor de tecnologia extraterrestre, o herdeiro de um império galáctico e um viajante no tempo vão ter séries de HQ, adaptações televisivas e incursões no cinema.

Lee, 87 anos, está a acompanhar de perto ou a participar na adaptação à sétima arte de várias criações suas. Para o filme do Capitão América, o mais patriota dos super-heróis, este octagenário já tem reservado um papel inédito na sua vida - o de vilão.
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